O papel do CNP na construção de políticas públicas para o país

Advogado da Procuradoria Jurídica do Confea, Fernando Nascimento descreveu a importância das discussões do CNP para a construção de políticas públicas para o país
Advogado da Procuradoria Jurídica do Confea, Fernando Nascimento descreveu a importância das discussões do CNP para a construção de políticas públicas para o país

Brasília, 21 de setembro de 2021.

A atuação do Sistema Confea/Crea pode ser essencial para a construção de políticas públicas necessárias ao desenvolvimento do país. A sentença resume a apresentação do professor universitário, advogado da Procuradoria Jurídica do Confea e membro do Grupo Técnico do Confea de Apoio ao 11º CNP, Fernando Nascimento, como primeiro painelista do segundo painel do Workshop do 11º Congresso Nacional de Profissionais – CNP, na tarde desta sexta (17), dentro da programação da Soea Connect.

“Não esperava nada menos do que esta fantástica apresentação, do senhor que tanto contribui para o GT CNP, para o 10º CNP”, disse o coordenador do GT CNP, eng. amb. Renato Muzzolon Júnior, ao cumprimentar o painelista, que foi sequenciado pelo assessor parlamentar Guilherme Cardozo. Pela manhã, o primeiro painel do workshop envolveu discussões sobre a história e as perspectivas do Congresso, além da apresentação de um estudo sobre como as propostas de mudanças da Lei 5.194/1966, encaminhadas em outros CNPs, estão sendo analisadas pelo Confea.

Para Fernando Nascimento, o Confea pode pensar o desenvolvimento econômico do país a partir da reformulação da regulamentação e de outros procedimentos internos do Sistema Confea/Crea, que contribuam para a alteração desse “estado de coisas, sem perder de vista uma das funções, talvez a principal, do sistema de fiscalização”, que é a segurança da sociedade. “Nessa dimensão mais prática, podemos perceber que é possível começar a refletir sobre essas pautas maiores de âmbito nacional, e através dos congressos estaduais e do Congresso Nacional de Profissionais, propor normas, ações e procedimentos em torno de referenciais a partir dos quais possamos contribuir para a criação de políticas públicas para o país”, argumentou, já em uma síntese de sua apresentação.

Segundo ele, esse é o grande desafio porque há uma tendência de os conselhos profissionais pensarem para dentro de si, em sua organização interna ou nas demandas específicas das categorias profissionais. “Se a gente olha para essa demanda mais ampla de elaboração de políticas públicas, vai precisar buscar alguns referenciais que possam nos levar a um passo mais adiante. Pensar um pouco para fora do Sistema, como o Sistema pode contribuir para esse desenvolvimento nacional. Se a partir do CNP eu chegue até o Congresso ou a um ministério ou a alguma agência reguladora, eu preciso pensar quais são os referenciais, onde eu posso buscar essas demandas de âmbito nacional para as quais a Engenharia e a Agronomia podem contribuir”.

Referenciais
Fernando Nascimento acrescenta que, entre esses referenciais, os participantes dos congressos estaduais e do Congresso Nacional de Profissionais podem dispor de elementos legislativos diversos, como a Política Nacional de Meio Ambiente ou a Política Nacional de Recursos Hídricos. “Podemos discutir de onde a engenharia pode contribuir para essas políticas públicas. É possível pensar também a cidade em uma dimensão mais ampla. Muitos instrumentos do Estatuto das Cidades têm relação com o Sistema Confea/Crea, assim como a mobilidade urbana e tantas outras áreas cujas políticas públicas podem ter origem a partir dos debates qualificados do CNP”, ressaltou.

Fernando Nascimento já desempenhou várias funções em nível de gerenciamento no Confea
Fernando Nascimento já desempenhou várias funções em nível de gerenciamento no Confea



Mas não apenas os referenciais legislativos, diz. É possível também voltar-se para o próprio Sistema e verificar qual a agenda estratégica do Confea, do Crea e da Mútua. “É possível pensar ainda a partir dos instrumentos formulados nos últimos anos, inclusive nos últimos relatórios do CNP e em outros estudos técnicos altamente qualificados que podem nos auxiliar na construção dessa agenda. É o caso do Ipea, ou do Tribunal de Contas da União, que tem um acórdão recente que fala das contribuições e dos desafios da Engenharia para o desenvolvimento nacional. São referenciais importantes que a gente pode consultar para a construção dessas agendas”.
 

Mas, complementa o painelista, além desses documentos técnicos disponíveis na internet, é preciso ficar sempre atento às diretrizes do poder central, no que o atual governo está pensando como diretriz para o desenvolvimento do país, sobretudo em um momento de crise, em que as políticas públicas precisam ser repensadas. “É um momento crucial, e eu reputo, inclusive, que este CNP talvez seja o mais importante dos últimos anos porque nós teremos a oportunidade de debater sobre assuntos sensíveis para o desenvolvimento nacional, para a superação da crise, pensar tecnologias e tudo o que virou um pouco de pernas para o ar neste momento da pandemia. Temos a grande oportunidade de trazer esse debate qualificado, reunir esses profissionais e empresas de engenharia e representantes do Sistema e, quem sabe, trazer importantes contribuições para pensar o desenvolvimento nacional”.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

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